Por:
Samuel do Nascimento
O
Grupo Locomotiva de Teatro do Assentamento Coqueirinho, em Fortim, CE, foi
criado no ano de 2002, ainda como grupo de escola com o objetivo de disputar na
cidade com os melhores grupos de teatro escolares. No ano de 2005, os jovens
viram a necessidade de dar continuidade ao trabalho, agora como grupo da
comunidade. E a partir do interesse de alguns jovens, montaram o grupo com
crianças e adolescentes. Com a simplicidade e muita disposição, as crianças e
os adolescentes, montam os próprios textos para colocar em prática, o que
aprenderam na escola.
O
grupo de teatro formado por crianças e adolescentes do Assentamento
Coqueirinho, filhos de assentados. Com sua ousadia, mostram sua cultura através
da arte. O teatro é uma das formas que o assentamento tem como divulgar a sua
convivência e toda luta que aconteceu neste pedaço de terra. O grupo sem nenhum
professor cria peças e apresentam na escola da própria comunidade. Apresentam
peças cujos temas voltados a homenagens, como por exemplo, dia das mães, dia
dos pais, dia das crianças, dia do professor e também peças informativas.
Em
2009, o grupo ganhou um projeto do Ponto de Cultura do Estado do Ceará, para
compra de figurino e para realização de uma oficina para aprimorar as técnicas
de como apresentar teatro. A oficina durou 6 meses, e foi ministrada pelo
professor Júnior Santos, do município de Icapuí. A oficina teve como resultado
a peça “Coqueirinho Terra de todos nós”, criada pelo grupo junto com o
professor. A peça dura 45 minutos, e conta a história do Assentamento
Coqueirinho desde o início, incluindo dificuldades, conquistas e parceiros.
Na
peça divulga o que tem no assentamento, como seus projetos, e também as
dificuldades enfrentadas para conquistar este pedaço de terra. Os jovens
ousados interpretam seus próprios pais na peça e mostram que no Coqueirinho é
terra boa para se morar.
A
iniciativa é histórica, onde crianças e adolescentes desenvolve seu papel
dentro do assentamento, como por exemplo, o resgate da cultura e passagem de
geração de pai para filho. As peças são apresentadas para todo o público,
principalmente para os estrangeiros que visita ao assentamento.
Através
de gestos, músicas, ciranda e muita alegria, os jovens do Assentamento Coqueirinho
mostram em cena através do teatro de rua que a arte está presente dentro dos
assentamentos, mostrando que a realidade da juventude rural hoje implica em um olhar
mais atento às suas lutas, sonhos e angústias. Significa pensar nos problemas e
nas perspectivas possíveis para essa parcela de jovens que se vê na fronteira
entre manter-se no campo.
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